Depois de ver o
filme argentino, resolvi elencar os meus próprios relatos selvagens. Não está
em ordem de “raiva”, mas cada um tem sua força em mexer comigo de uma maneira,
bem, como dizer, selvagem.
“Oi,
podemos falar sobre os direitos humanos?” – na calçada da Paulista.
O
motoboy fazendo “não” com a cabeça depois de você quase bater o carro para dar
passagem.
No
ônibus, ávido para voltar a ler seu livro, e uma freada brusca derruba o
marcador da página. Perfeito, vamos ver se tenho memória para lembrar a página
que estava.
“Um
temaki de salmão completo com maionese,
por favor.” Vem creamcheese.
Flanelinhas.
“Você
nunca viu esse filme? Você se formou em cinema!”
Descobrir
que não tem papel higiênico depois de precisar dele.
Servir
leite no seu copo no café da manhã e ele acaba no meio do copo. E não tem mais
leite em casa.
Chegar
na sala onde trabalho e o ramal já toca. Eu acabei de chegar!
Acabar
de assistir a última temporada disponível no Netflix, sabendo que existem duas
outras temporadas rolando fora do país.
Maçãs podres
descobertas pós-mordida cheia de vontade.
“Você
tá ficando careca também?”
“Você
faz cinema? Minha filha vai fazer um aniversário, será que você não
poderia..........?” (preencha a lacuna com qualquer coisa, de filmar e
fotografar, até servir coxinha)
Aviões
cancelados.
Taxistas
homofóbicos.
Aulas
decepcionantes.
A
lista é grande e selvagem. Dá pra fazer um curta de cada. Mas ia ter que tirar
um ano sabático depois de tanta raiva.
Fim de expediente, ônibus lotado, janelas fechadas, o fone de ouvido do passageiro ao lado, tão alto que você nem escuta a musica e fica com aquele zumbindo o percurso todo.
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