segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

primeira vez

A primeira vez que você faz algo é sempre marcante. Explorar, essa é uma das essências do ser humano, e a primeira vez é uma grande busca do seu próprio ser.
            Lembro como se fosse ontem da primeira vez que fui fazer miojo em casa. Era tão simples, que errei. Segui ao pé da letra as instruções: coloque água, coloque o miojo, coloque no fogo, deixe por 3 minutos exatos, coma. Claramente, depois de três minutos com a ordem invertida dos fatores, o miojo continuava o mesmo, só que molhado. Coloquei no prato e comi o miojo duro, que mais parecia um sanduíche do que “macarrão”. Inesquecível.
            Ainda sinto a frustração que tive quando ganhei de Natal do meu pai minha primeira fita de Supernintendo. Na hora que abri o presente, na verdade, a meu ver, tinha ganhado uma coisa cinza, quadrada, com um adesivo de uns caras jogando basquete. Tentei ligar aquilo, tentei mexer, apertar algum botão: não podia ser só um quadro estranho de homens jogando basquete! Não ia colocar aquilo de enfeite no meu quarto! Só depois dessa primeira vez que aprendi o conceito de “fita de videogame”. Meu irmão tinha ganhado o videogame e os outros ganharam fitas para jogar. Nele.
            Lembro também da primeira vez que sentei num carro para dirigir. Eu e meu irmão, seguindo nosso instinto: cara, aperta isso e faz aquilo, o papai sempre faz isso. Claramente, dava tudo errado. Nem sabia direito como funcionava a embreagem. Mas a primeira vez que troquei uma marcha, e funcionou, ah, isso sempre estará guardado na minha memória.
            Ou mesmo a primeira barba que tive que fazer. Que coisa mais absurda! Sob a supervisão do irmão mais velho, estava decidido a tirar aqueles poucos pelos do meu rosto. Que raios de creme é esse que passa? E que tipo de sádico acaricia a pele com 3, 4, 5 lâminas!? Depois de quase um suicídio assistido, nunca mais esqueci. (e confesso que quase nunca mais fiz a barba. Já dizia Lincoln: tem um nome para pessoas sem barba. Mulheres).

            E só digo isso tudo por um bom motivo. Algumas coisas nunca mais voltarão. Só existe uma primeira vez para cada coisa. Sempre procurar novas coisas a fazer pela primeira vez. Ficam marcadas, essas primeiras vezes.

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