Quando
a gente tinha uns 13, 14 anos, a gente não sabia de nada. Já tinha dado uns
beijos por ai, mas mesmo assim, estávamos começando a entender nossa
sexualidade. E como todos adolescentes do universo, não é um tema que queremos
discutir com nossos pais. Muito menos ser expostos a cenas picantes ao lado
deles.
Mas
por mais cuidadosos que nós sejamos, o universo do entretenimento sempre
aparece pregando peças. Estava tudo bem, assistindo James Bond em casa. Que irado
o carro dele! Olha essa explosão, caramba! Quanto tiro, e ele não morre! Mas
seus pais entram para ver o filme com você bem na hora que 007 está deitado na
cama com a Bond Girl.
Ninguém
fala nada na sala. Se alguém falar, vão achar que estão mudando de assunto. Se
ninguém falar, vão achar que estão pensando nisso na frente dos pais.
Ninguém
se move na sala. Se mover é dar trela que está sendo afetado pela situação. Não
se mover é tentar ao máximo mostrar-se indiferente. O que é ruim também.
Poderia
pegar o celular, mas isso não existia na época. E pegar o celular é ser afetado
pela situação. Não pegar é estar prestando atenção ao que não se deve.
Um
pensamento em comum: acabar logo com a situação. Corre Bond, resolve o que tem
pra resolver. Bond Girl, seja do mal, mude a expectativa e tente matar alguém,
não fazer amor!
Lembro de pensar
que isso seria resolvido quando ficasse mais velho, comentaríamos uma coisa ou
outra. Mas ainda assim, quando aparece um corpo nu na tela, todo o processo se
repete e ficamos desejando que um meteoro caia no jardim e acabe logo com essa
situação.
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