segunda-feira, 13 de abril de 2015

dicionário das redes sociais

            Se você aprendeu a escrever na escola, desista. Tudo mudou. E citando nosso caro McLuhan, o meio é a mensagem. Ou seja, a forma diz mais que o conteúdo.
            Ou você acha que a pessoa é a mesma ao escrever: “Oi, tudo bom?” ou “Oiee, tudo booom?” ou “oi td bm?” ou “OiiIIiII, TuUDDOoooO BoOOoMmm?” ou “oi.td.bom.?” ou mandar um audionote?
            Sim, a forma como escrevemos define o tipo de pessoa que somos. Ou pelo menos o que “estamos sendo” naquele momento. Imagina que se alguém ganha algo muito importante, você jamais poderia escrever “Parabéns”, a não ser que seja avô dessa pessoa. Caso contrário, ela ficará ofendidíssima.
            Ou mesmo as exclamações. Ah, como elas nos salvam! Um ponto final parece tão frio, tão seco. As exclamações trazem vida para a mensagem. É muito diferente escrever “Te amo”, “Te amo.” ou “Te amo!”. Cada um tem seu momento para ser usado. De repente mais seco e sóbrio, mostrando maturidade. Ou mais irônico. Ou mais certeiro de que a mensagem será captada como quiser. Use a vontade da maneira que lhe convir.
            Um pai, sem citar exemplos de qual, pode escrever “Ligar sem urgência. Grato”. Mas um amigo jamais poderia escrever isso sem estar fazendo graça. Uma namorada, se escrever isso, fuja! O chefe, tá sussa. Depende, claro.
            As escolas deveriam se modernizar e explicar para as crianças os novos métodos da escrita. Um vestibular no futuro vai fazer você analisar cada uma das possibilidades de escrever a mesma coisa e relacionar com a personalidade que escreveu. A Grafologia já era, precisamos atualizar. Os psicólogos vão usar suas conversas de WhatsApp para te analisar.

            Enquanto o futuro não chega, cuidado. A briga pode ser gigante se escrever “ok” e não “OK!!” ou “okkkk!” ou mandar uma carinha feliz.

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