segunda-feira, 7 de julho de 2014

na balada

            Nunca fui muito baladeiro, mas sempre gostei da agitação das baladas. Morar em São Paulo e não gostar dos eventos noturnos que a cidade propõe é um absurdo. Então, sim, eu gosto. Claro que temos mil problemas nas baladas, mas ao escutar todos estes, só pude concluir que existia um muito pior que ninguém falava.
            Tem gente que reclama que é um absurdo oferecer entrada VIP até certo horário, mas barrar as pessoas para entrar só depois desse horário (eu me incluo nessa lista de reclamadores. É um absurdo, de fato).
            Tem gente que reclama que a fila pra pegar uma cerveja é enorme, ou que a balada está muito cheia. Mas também, se estivesse vazia seria um saco. E cá entre nós, você realmente achou que o Villa Mix estaria vazio de Sábado? Esperando você chegar?
            Mas a minha reclamação oficial – que julgo a mais importante de todas. É uma reclamação que espero que todos tenham também e que, com a união dos nossos poderes, possamos fazer algo para mudar esse ultraje.
            Baladas e bares possuem um grande problema no banheiro: as luzes são automáticas, com sensor de movimento. Mas os infelizes regulam aquela parada para apagar 5 segundos depois que você começa a fazer xixi. Já é difícil você mirar no buraco bêbado. Já está de noite e a música está alta, não dá nem pra pedir ajuda. E você bebeu muita cerveja: o ADH não quer mais saber.
            Quando chega sua gloriosa vez, começa a mais perigosa e importante dança da balada. Ao mesmo tempo que não podemos errar o alvo, temos que nos mexer o suficiente – e na região dos sensores – para a luz voltar a acender. O nível de dificuldade desta missão é proporcional a quantidade de xixi no chão.
            Quando entro no banheiro da balada, e o chão está molhado, eu me preparo. Pra guerra. Sabemos que os ninjas estão preparados para o mundo das sombras, mas e nós, meros mortais? Precisamos mentalizar o ambiente. O tênis não pode deslizar. A tampa da privada, tomara que esteja para cima, já que ninguém vai tocar nela. O sensor, tomara que esteja perto da privada. E faz força pra ser rápido, já que temos que vencer a bomba relógio.

            Com uma mão só, ou com o corpo todo, dançamos em busca de luz. A dança mais importante da balada.

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