Existe
uma tristeza no ar. Uma energia ruim. Um post-it que te encara. Um telefone que
toca quando o que queremos apenas é o silêncio. Um almoço estendido. Um desejo
de sair mais cedo. Uma paz ao escrever aqui, e não no corpo do email assuntos
de trabalho. Um assunto que chega por um
ouvido e sai para Segunda-feira. Fotos de sol, piscina, compras, passeios,
corridas, tudo no Facebook, nada na sua câmera. Um olhar pela janela e dois
homens, perfeitamente saudáveis para estarem trabalhando, correndo tranquilos.
Uma vontade de pedir uma Original, e não suco de laranja. Um desejo de dormir a
tarde, vendo pela 17ª vez o mesmo episódio de Friends. Uma instigação de abrir
aquele livro e terminar o capítulo – ele estava prestes a descobrir o
assassino! Uma garrafa de água que está seca desde anteontem, e só vai voltar a
encher depois do final de semana. Uma pilha de assuntos, todos com a mesma
mensagem: semana que vem eu resolvo. Um tempo que não passa. Uma vontade de
abrir o Netflix e terminar de rever Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças.
Uma vontade de fazer tudo, e nada fazer. Uma agenda cheia de tópicos que
atravessaram o último dia útil, pararam no feriado, e vieram assombrar nessa
emenda. Uma decisão chula. Um dia inútil, que existe para planejar a
continuação do feriado. Um corpo ainda descansando, uma mente mais ainda, e
apenas roupas de trabalho. Uma ligação – diz que emendei o feriado, não quero
atender. Uma fugida para assistir o Porta dos Fundos de ontem – para ver uns 15
seguidos. Um momento de silêncio para apreciar o som da cidade. Um assunto
aqui, outro lá, para sanar-nos do tédio.
Ontem foi feriado. Amanhã é final de
semana. E na maior cara de país europeu, algumas empresas brasileiras
resolveram trabalhar hoje. Sexta-feira. Emenda de feriado.
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