segunda-feira, 17 de novembro de 2014

feriado não-emendado

            Existe uma tristeza no ar. Uma energia ruim. Um post-it que te encara. Um telefone que toca quando o que queremos apenas é o silêncio. Um almoço estendido. Um desejo de sair mais cedo. Uma paz ao escrever aqui, e não no corpo do email assuntos de trabalho.  Um assunto que chega por um ouvido e sai para Segunda-feira. Fotos de sol, piscina, compras, passeios, corridas, tudo no Facebook, nada na sua câmera. Um olhar pela janela e dois homens, perfeitamente saudáveis para estarem trabalhando, correndo tranquilos. Uma vontade de pedir uma Original, e não suco de laranja. Um desejo de dormir a tarde, vendo pela 17ª vez o mesmo episódio de Friends. Uma instigação de abrir aquele livro e terminar o capítulo – ele estava prestes a descobrir o assassino! Uma garrafa de água que está seca desde anteontem, e só vai voltar a encher depois do final de semana. Uma pilha de assuntos, todos com a mesma mensagem: semana que vem eu resolvo. Um tempo que não passa. Uma vontade de abrir o Netflix e terminar de rever Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças. Uma vontade de fazer tudo, e nada fazer. Uma agenda cheia de tópicos que atravessaram o último dia útil, pararam no feriado, e vieram assombrar nessa emenda. Uma decisão chula. Um dia inútil, que existe para planejar a continuação do feriado. Um corpo ainda descansando, uma mente mais ainda, e apenas roupas de trabalho. Uma ligação – diz que emendei o feriado, não quero atender. Uma fugida para assistir o Porta dos Fundos de ontem – para ver uns 15 seguidos. Um momento de silêncio para apreciar o som da cidade. Um assunto aqui, outro lá, para sanar-nos do tédio.


Ontem foi feriado. Amanhã é final de semana. E na maior cara de país europeu, algumas empresas brasileiras resolveram trabalhar hoje. Sexta-feira. Emenda de feriado.

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