Os mais próximos sabem, e para quem não tem
ideia, eu tenho feito aulas de parkour. Do jeito que explico para o resto do
mundo: sabe aqueles idiotas que ficam pulando coisas e se pendurando na cidade?
Uns franceses retardados. Boa parte sabe o que é, a outra parte eu mostro um
vídeo do YouTube e eles passam a aceitar, sem muito entender. E se não entendeu,
Google.
Que
tipo de retardado faz um negócio desses? E com qual objetivo? Quando jogamos
futebol, vôlei, queremos ganhar do outro time. Quando corremos, queremos chegar
até o fim. Quando jogamos paciência no computador, queremos encher a tela com
um monte de cartas que ficam pulando quando ganhamos (saudade do Windows).
E
qual o objetivo dessa palavra em francês?! E percebi só depois que era exatamente
isso um dos maiores atrativos que eu tinha por esse esporte. O objetivo do
parkour, simples e resumido, é ultrapassar obstáculos de forma rápida, fluida e
silenciosa.
Inconscientemente,
parkour era pra mim pequenas conquistas que evoluem e melhoram com a
experiência e prática. Assim como a vida. É difícil, tem mil coisas no caminho.
Tem gente que passa atropelando tudo, derrubando, se machucando. Tem gente que
tem que ir como uma lesma pra conseguir chegar. Tem gente que faz um
estardalhaço, um furacão.
Quero
chegar no fim da vida com o parkour. Passar as dificuldades de forma rápida,
fluida e silenciosa. E apreciar o próximo obstáculo, seja lá qual for, porque o
parkour tem sempre objetivo, mas não tem fim.
Por uma vida com
mais parkour.
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