segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

prelúdios

Mesmo sendo uma abstração, a gente foi obrigado a metrificar o tempo, dividir em passado, presente, futuro. E somos “pros” nisso: chegamos à milésima parte do segundo, que não serve pra nada a não ser falar que conseguimos mensurar o tempo. Só de escrever isso, se passaram trilhões de milésimos de segundo. Get a girlfriend.

            Mas a beleza de contar o tempo é perceber que sempre antes de algo muito bom, vem algo muito ruim. Já dizia o famoso Asterix: “Depois da tempestade virá a bonança”. E temos que concordar, já que eles tinham medo de o céu cair na cabeça deles e mesmo assim acreditavam que o sol viria.

            Por exemplo, depois dessa nossa criação real que se chama “inferno-astral”, vem nosso aniversário. A vida fica pior antes de “melhorar” na virada do seu ano-vida.

            Depois do jantar, vem a sobremesa. E tentando não dar nome aos bois, quase sempre a sobremesa é melhor que o prato.

            Depois do outono vem o inverno, depois a primavera e depois o verão. Não preciso nem discutir.

            Depois de um post, vem as curtidas - convenhamos, é para isso que você posta qualquer coisa no Facebook.

            Depois do Natal, vem o Ano novo. E depois o Carnaval. E no caso de 2014, a Copa do Mundo. Sensacional.

            Depois de um bom filme, livro, peça, vem emoções, pensamentos e conhecimento.

            Depois de um machucado, vem a casquinha pra você tirar.

            Depois de um pt alcóolico, vem a paz de dormir sem bebidas no seu corpo.

            Depois do almoço pesado desnecessário, vem a soneca.

            A lista é infinita e só existe porque o tempo deixa você colocar uma coisa antes, e sua consequência depois. Prelúdios são lindos porque são horríveis. Quer ver tudo ficar bom? Deixa ficar ruim antes.


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