Quando a gente começa a escrever sem saber
sobre o tema que vamos falar, dá ruim. Por exemplo, vamos analisar piamente
como o final dessa crônica possivelmente não terá nada a ver com o início dela.
Isso é um caso claro de autor sem tema.
Mas
por outro lado, é necessário escrever o primeiro parágrafo para conseguir
começar a visualizar um possível caminho para suas palavras, que sambam e
desfilam na tela do computador. Vamos falar de crônicas sem tema, ou podemos
falar do não-tema. Podemos também puxar a sardinha para o ato de escrever e
pensar ao mesmo tempo e como isso pode ser confuso.
Dito
isso, tomo rumo em outra estrada: a da infinidade de temas para escrever, ou
melhor, para fazer arte de forma geral. Nunca acabará, nunca terá um fim.
Impossível dizer: chegamos ao nosso limite, tudo que for feito nas artes de
agora em diante será uma repetição de algo já feito. Jamais.
Portanto,
continue a nadar, como diria Doris. Keep walking, para os mais adultos. É mais
complicado começar um início do que terminar um fim. Seja um pouco Pollock e
arremesse suas coisas na sua arte. Sempre aparece uma novidade. Uma gota de tinta
que escorreu para o lado errado do painel. Uma dor no braço por ter arremessado
com tanta força. Um clique na cabeça.
E
assim é incrível perceber como um primeiro parágrafo, que não tinha o menor
sentido, que parecia mais uma justaposição de palavras do que de fato um texto
com ideia concisa, agora tem vida. A partir dele, chegamos em um pensamento,
uma ideia, um primeiro empurrão para a inércia tomar conta.
A
maior lição que nos ensinam na vida é começar. Em qualquer lugar, de qualquer
jeito, mas começar.
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