Ele
não está morto, mas já merece uma crônica só sua. Uma singela homenagem ao grande
parceiro e colega, que me acompanhou durante toda minha grande transformação na vida.
Ele sabe que poderia ter ido comigo em lugares diferentes, com pessoas
diferentes. Mas sua escolha foi simples: estamos juntos, vá onde quiser.
A
gente se conhece há mais de 10 anos. É muito tempo. E foram nesses últimos 10
anos que minha vida mudou radicalmente. De um possível médico, para um
roteirista. De um homem com cabelo arrumado e barba feita, para um hippie
cabeludo e agora uma síntese de tudo. Ele poderia ter ido em congressos
internacionais comigo, mas me acompanhou em peças de teatro e festas.
Hoje
ele parece um pouco enferrujado, mas a grande beleza dele nunca se perde, por
que ninguém nunca repara. Quase que te troquei, meu amigo, mas não o fiz (o
dinheiro não deixou, na época). Quase aceitei que você estava acabado, mas
ainda assim você me surpreende e permanece comigo.
Quase
te perdi algumas vezes, jogado no meio de outros tantos iguais a você. Quase
esquecido em uma cadeira de festa de formatura. Surrupiado no camarim das peças
de teatro. Mas você, amigo leal, nunca me abandona. Pode estar um pouco velho
aqui e ali, mas mantém sempre a elegância que você porta, naturalmente.
Você
é um mentor. Você me põe pra cima quando estamos juntos. Me sinto mais
importante ao seu lado. Você me transformou de criança em adulto. Você não me
abandonou. Você me ensinou a sempre manter a postura, não importa quão velho ou
estragado esteja. Você é uma inspiração.
Ganhei
você aos 15 anos e ainda te uso, sempre que posso. Que nossa amizade dure mais
10 anos.
Obrigado
por todas nossas aventuras e ensinamentos, terno. Acho que nunca vou te trocar
por nenhum outro e espero um dia que você me acompanhe no meu casamento. Isso
se a excelentíssima permitir, claro.
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