Existem
diversos tipos de livros, como todos sabem. A gente costuma categorizá-los pelo
“estilo” de cada um: livros de crônicas, livros de romances, livros de poemas,
livros de contos, livros de “como fazer”, livros didáticos. A lista é infinita.
As
livrarias também tem suas categorias: estrangeiros, nacional, direito,
exotérico, autoajuda, artes, gastronomia etc. A lista é infinita, já que
podemos escrever sobre qualquer coisa e eles terão que colocar em alguma
prateleira perto do café.
Mas
o que os grandes executivos da literatura não perceberam ainda – e só um amigo
com um olhar de publicitário afiado poderia dizer – é que essas categorias não
ajudam o sujeito que possa se interessar por algum livro. Quem vai ler, comprar
ou dar de presente, não está interessado se é uma crônica estrangeira, ou um
livro didático de gastronomia.
Os
livros deveriam ser divididos pelo “momento” que vamos ler. Então na sessão do
“momento banheiro”, estariam os gibis, os livros de crônicas, os romances de
capítulos curtos, os manuais de como fazer qualquer coisa, que tanto lemos para
nos distrair.
Na
sessão de “momentos antes de dormir”, estariam os livros de mais fácil
compreensão, os romances de suspense que te prendem a atenção e não deixam você
dormir, os livros de física quântica para ajudar a induzir o sono, entre tantos
outros.
Ou
por exemplo na sessão “momento de ser cult”, estariam os grandes romances
russos, os livros sobre o cinema húngaro de 1937, as selfies de Kim Kardashian
(porque os cults não são de ferro, né?), os livros de RPG e qualquer outro
livro que tenha sido escrito antes do século XVIII.
Teria
também a sessão de “momento para receber amigos em casa”, onde estariam os
grandes livros de fotografia e moda, de capa dura e um monte de foto e pouco
texto, os livros grudados um no outro para colocar nas prateleiras de casa e os
descontraídos livros com diversas listas do Buzzfeed.
Categorizar
os livros não é obra fácil. Teremos que fazer uma pesquisa intensa para saber o
“momento” da leitura de cada um e assim poder construir nossa livraria do
futuro. Podemos até decorar espaço de cada “momento” da nossa livraria do futuro: senhor, onde encontro livro tal? Na sessão "banheiro". Ou cama, praia, avião, sala de espera de médico, entre tantas outras sessões dos nossos “livros momentos”.
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