segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

escrever sob pressão

            
Cá estou eu, quase três da tarde desta segunda-feira nublada, com hora pra sair e lembro que não postei a crônica! Semana passada, atrasei uns três dias. Não poderia repetir o mesmo erro, já que eu me gabo tanto de conseguir postar uma crônica por semana. Mas sabe como é... acabei de desligar o telefone com minha avó e a conclusão foi: final de ano é uma bagunça. É mesmo.
            Mas para ninguém sofrer – leia-se “eu” -, escrevo. Sob pressão, mas escrevo. Escrevo sobre escrever e sobre ter que correr pra escrever. Muitas vezes, escrever sem pensar, sem revisar, sem repensar, sem visar nada, esperando que, com sorte, um final para este texto chegue enquanto o escrevo.
            Claramente, ainda não chegou. Para encontrá-lo, procuro em mim mesmo. Procuro no ser que digita e encontro semelhanças, encontro simetrias. Somos como esse texto, não sabemos muitas vezes para onde estamos indo. Não sabemos se o que já deixamos marcado foi bom ou foi ruim. Muitas vezes, não há tempo para nada, nem para ler. Muitas vezes divagamos, outras, decidimos mudar de parágrafo e ponto.
            Nem tudo na literatura e na vida precisam de uma meta determinada. Aliás, quase nada precisa. Só nós que precisamos, para acalmar o espírito que se acalenta a cada hora. Se de alguma coisa vale, lembremos de Beatles e a famosa “Let it be”. Se é muito antigo para você, Frozen ensina: “Let it go”. Deveríamos escutar mais e sofrer mesmo com a pressão.
            Deveríamos relaxar. Nós colocamos a pressão em nós mesmos: Victor, você vai abrir um blog para escrever toda semana, especificamente, todas às Segundas-feiras. Pronto, empreendi. Criei a minha própria pressão.

No fundo, todos precisam criar a própria pressão e acabar com ela. Isso traz maturidade. Que a gente nunca deixe de escrever. Mas que a gente um dia relaxe e desencane. Vida longa enquanto tudo durar!

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