Uma doença crônica, por definição da
Wikipedia (vamos assumir que eles estão certos, por favor) é uma doença que não
se resolve num curto espaço de tempo. Algo que tem seu modo de agir e, na
medicina, deve durar mais de 3 ou 6 meses.
Os mais destemidos ousam falar em 1 ano.
E
eu gosto destes. Mas só porque essa é uma crônica de comemoração de 1 ano de
blog. Será que posso considerar minhas crônicas crônicas? Cronicar
cronicamente? É uma expressão de mau gosto? Usar um termo pejorativo, como uma
doença que persiste por muito tempo, para definir meu modo de escrever
semanalmente, religiosamente todas as Segundas-feiras?
Apesar
da aparência negativa, tenho encontrado muitas similaridades. Em muitos casos,
a doença crônica, infelizmente, não tem cura. E cada vez mais que me examino
chego no mesmo diagnóstico sobre cronicar: nunca mais parar. Se eu viver até os
80 anos, publicando uma crônica por semana, vou ter um quadro com mais de 2.900
crônicas. Parece bacana, uma boa meta. O médico pegaria carinhosamente no meu
pé e diria que estou bem.
Outra
semelhança é o fato de ser temporal. De existir como um pedaço de tempo, um
gerúndio. No caso das doenças, o gerúndio é sempre “piorando”. No caso das
crônicas, espero que seja “aperfeiçoando”. Existe um desejo de crônicas
crônicas que desejam ser cada dia melhores. Claro que há momentos bons e
momentos ruins. Não quer dizer que a crônica de nº 2.900 será obrigatoriamente
melhor que a coitada do nº 1.353. Mas a
evolução será perceptível para um leitor de tantas crônicas. Pelo menos, assim
o é para o humilde escritor que vos fala.
Atingir
a marca de 1 ano de crônicas crônicas, com picos e baixas, com boas e ruins,
com crônicas inteligentes e outras nem tanto, isso sim é uma conquista. Digna
de aula magna na medicina. Cronicando por 365 dias, initerruptamente.
Lealmente. Contente. Definitivamente. E, claro, cronicamente.
Obrigado,
leitores deste blog crônico. Espero que vocês tenham se contaminado dessa “doença”
e continuem se contaminando.