segunda-feira, 15 de junho de 2015

evolução

            Temos que deixar uma coisa clara: evolução vem para “evoluir”. Parece ingênuo falar isso, mas é importante ressaltar a frase. A gente não precisa mais de tanto pelo no corpo para se proteger se a gente pode construir um colete à prova de bala e, eventualmente, à prova de mordidas de ursos.
            E, por isso, é de maneira muito clara que vejo o porquê de não ter mais o rabo. Antigamente, antes dos tempos das cavernas, a gente tinha um rabo, e era muito parecido com o dos pobrezinhos habitantes do zoológico. O rabo era nosso quinto, ou sexto, membro. Equilíbrio, agilidade, e talvez, sensualidade, acreditando que exista fetiche para tudo.
            Mas, olha só, não temos mais rabo! Tã tã! Sabe porque? Porque somos seres urbanos, da cidade grande, cosmopolitas, e não existe espaço para o rabo. O tempo passou, evoluímos. Imagine entrar no metro às 18 horas e ficar tropeçando nos rabos alheios? Ou ir num restaurante e jurar que viu um rato, mas não, era só a nova moda de deixar o rabo exposto no meio da calça jeans.
            Não precisamos mais de equilíbrio: ficamos sentados quase o tempo todo, temos bengalas, cadeiras de rodas, carrinhos de golfe. Não precisamos ser ágeis se temos carros, aviões ou robôs que fazem o que a gente quer. E a sensualidade, bom, isso será sempre um problema a discutir do ser humano, com rabo ou sem rabo: precisamos de criatividade, nesse caso.
            Fica claro então que superamos o fato de não ter rabo, certo? Evoluímos. Seguimos os pressupostos de Darwin e os melhores adaptados conquistam o mundo. Se não temos rabo, é por um excelente motivo.
            Partindo do pressuposto que a gente tem que deixar para trás algumas coisas em prol de outras melhores, faça o seguinte: deixe para trás seu pensamento retrógrado, medieval, pré-histórico, preconceituoso, sem espaço no cenário atual e viva no mundo de hoje, evoluído e sem rabo. Obrigado.


Nenhum comentário:

Postar um comentário