segunda-feira, 22 de junho de 2015

corte de cabelo

            Meus 12 anos foram muito produtivos para meu cabelo. Foi quando descobri que dava pra dividi-los no meio da cabeça e deixar crescer, ad eternum. Aos 15 eu tinha um cabelo digno de um skatista, aos 19, digno de um hippie dos anos 70. A barba começou a surgir e complementou o look para chegar ao auge com uns 21 anos. Look designed by Jesus.
            Depois de entrar na faculdade, percebi que o melhor jeito de economizar dinheiro era de fato cortando sozinho o cabelo. E como deixava sempre crescer até o ombro, dava pra ficar quase um ano sem pensar no assunto. Apesar dos grandes gaps de treino, confesso que o trabalho de auto cortar o cabelo se transformou numa pequena habilidade.
            E digo isso porque mesmo cortando sozinho, muitas vezes sem enxergar o possível estrago a ser feito, sempre saía mais satisfeito com o que eu faço do que quando pagamos de 10 a 150 reais para um corte de cabelo. Com todo respeito, claro, aos cabelereiros. É só uma questão de gosto, nada mais.
            Já até tentei, na onda de aperfeiçoar, deixar amigos cortarem o cabelo. Mas depois de ter que raspar um cabelo de mais de 30cm de comprimento por falhas técnicas da amizade, decidi parar. Preferia manter a amizade. E o cabelo. De novo, uma questão de gosto.
            Já foi moicano, já foi tererê, já foi raspa-zero, já foi com rabo de samurai, já foi exército, já foi o musical do Hair. Nunca foi emo, nunca foi pintado, e infelizmente, nunca foi dread. Já foi motivo de brigas familiares, já quase recebi propina para sabotar meu cabelo, já recebi críticas e elogios.
            De uma forma ou de outra, sempre fez parte da minha história. Ao invés de acessar as pastas mentais da minha cabeça por anos (começando em 1989 até hoje), ou por eventos marcantes (maternal, ginásio, colegial, primeiro emprego etc), consigo marcar minha trajetória por cortes (igual ao dos meus irmãos, separado no meio, cabeludo, hippie, corta logo se não vão te matar, fiquei feio de novo, estabilizou).
            A história do cabelo é a minha história. Quem eu fui, quem eu sou, e quem serei. Definitivamente, careca. Que a vida seja lisa no futuro.

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