segunda-feira, 9 de novembro de 2015

pedido de casamento

            
Como bom virginiano, tudo estava pronto. Tinha feito a música no violão, tinha combinado com o dono do lugar que a gente sempre vai para eu tocá-la, tinha comprado os anéis. Tinha escolhido a data de 07 de Novembro, dia que o “TPM, pra que te quero?” ia fazer 1 ano de existência. Tudo perfeito e organizado.
            Mas aí começaram os problemas. O anel dela chegou a tempo. O meu não. Era pra chegar na Sexta-feira, mas aquele prazo de “2 a 7 dias úteis” acabou virando “7 dias úteis” e eu fiquei sem. Mas tudo bem! O importante era ela ter o anel! O meu pode chegar outro dia, não tem problema.
            Consegui esconder o anel com a caixinha dentro do meu carro. Mas como ia colocar aquele caixinha/trombolho no meu bolso? Escolhi a calça mais larga para evitar suspeitas. Consegui sair do carro e colocar no bolso de trás, um pequeno tumor na nádega esquerda. Mas tudo bem! Ela não percebeu, e isso é ótimo!
            Andamos até o restaurante, com meu coração batendo a mil por hora. Chegamos na porta e, pronto, estava fechado. FECHADO. Não sabia se ria ou chorava. Pensei em tudo: adiar, ir para outro bar, matar o dono, achar um violão na Teodoro Sampaio para tocar a música. No bar do lado, estava o dono do estabelecimento. Questionei e ele afirmou, sem medo: estamos sem água, não posso abrir o restaurante. Mas tudo bem! Estamos em Pinheiros, São Paulo. Restaurante é o que não falta.
            Na boa fé e determinação, procuramos na internet rapidamente alguns lugares. Caminhamos e quase entramos em um restaurante completamente vegano. Desistimos por que, ao lado, tinha um outro, mais interessante e simpático. E servia carne. Entramos e, pela sorte que temos, tinha o tão desejado clericot. Pedimos uma jarra.
            Nesse momento, a Ju já esperava. Não conseguia trocar uma palavra comigo. Ficava olhando apaixonada, com aqueles olhos que diziam “sim, eu aceito”. Como nossa vida, tive que improvisar. Mas tudo bem! Sabemos fazer isso. Ao invés de cantar, li a letra da música. E pedi minha namorada em casamento.
            Ela aceitou, em lágrimas conjuntas com as minhas. Ficamos noivos. Chegaram dois cachorros para comemorar com a gente, um Border e um Golden. Um sinal, já que quase ficamos noivos para poder ter uma casa para poder ter um Border (sim?).
            Um final de semana de festas. Uma decisão nossa, que agora é só para o resto das nossas vidas. Uma metáfora de como lidamos com a vida: nossos copos estão sempre meio cheios. De clericot – outra jarra, por favor. Com música, com cachorro, com festa, com risos e lágrimas. Cheios de improvisos, viveremos a vida mais linda que há para nós, um dia após o outro, sabendo que, quando fecham uma porta, abrem outras tantas.

            Obrigado por aceitar a fazer parte da maior aventura das nossas vidas. Te amo, noiva.

2 comentários:

  1. Ahhh que lindo!!! Mas eu ri da situação... tumor na nádega esquerda foi the best!!!!
    Parabéns aos noivos!!!

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  2. Que fofo!!!! Quero ver a letra da musica!!!! :)
    Parabens!! sejam muito felizes

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