Outro
dia, um tio meu se gabava para mim que era um profissional em encontrar
respostas na vastidão da internet. Quando ele afirmou essa habilidade, eu dei
risada. Achei o tio “velho demais”. Afinal de contas, pesquisar na internet é a
coisa mais fácil do mundo.
Mas
fiquei com a imagem do meu tio se gabando. Depois de rir e ficar com dó, pensei
mais a fundo. Afinal de contas, quando pesquisamos algo no Google, ele devolve
para nós mais de um trilhão de resultados. O que significa que, para encontrar
algo na internet, você precisa ser absolutamente específico.
Não
adianta procurar por “elefantes” se você está querendo saber o que eles comem.
Não adianta procurar por “viagens” se você está tem dúvida para onde ir. Não
adianta procurar “celular” se você precisa encontrar a solução de como consertá-lo.
Essas
besteiras todas tem um motivo para estar aqui: somos, atualmente, condicionados
a sermos específicos e detalhistas em tudo que queremos, escolhemos e pensamos.
Suas buscas online são absolutamente definidas: “celular apaga quando acesso
aplicativo X, o que fazer”, ou “elefante de circo morando em clima tropical, 6
anos, sem restrição alimentar, nutricionista”. Ou mesmo “sou moreno, 33 anos,
namorando, pouco dinheiro, para onde viajar”.
E
o pior disso tudo é que sempre terá alguma resposta. E eu enxergo aí um pequeno
problema: não precisamos mais pensar. A internet virou nosso Deus, com todas as
respostas que queremos.
Se
até meu tio consegue achar o que quer na internet, o que será dos meus filhos?
Nunca vão colocar a mão no fogo para ver se queima porque vão ter lido que
isso, de fato, acontece. A internet sabe de tudo. Que saco.
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